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terça-feira, 22 de novembro de 2022

O Segredo do Sucesso de Spurgeon




Em 18 de janeiro de 1854, há 162 anos, Charles Haddon Spurgeon pregou seu primeiro sermão na New Park Street Chapel. Ele tinha 19 anos. A igreja estava quase vazia, com cerca de 40 membros presentes. Após 38 anos como seu pastor, o número de novos membros que se juntaram à igreja foi de 14.460.

Os sermões de Spurgeon eram diferentes das palestras teológicas demasiado longas e técnicas, comuns nas igrejas da época. Seus sermões eram bem humorados, repletos de ilustrações e aplicação. Logo ele ficou conhecido como o Príncipe dos Pregadores, o pastor da maior igreja do mundo, com um dos ministérios Batistas de maior sucesso desde, bem, João Batista.

Ele fundou orfanatos, dezenas de ministérios de evangelismo, e uma escola de formação de pastores com 900 alunos.

Seu sucesso era óbvio, mas a razão para o seu sucesso não era tão óbvia, exceto para aqueles que o conheciam bem.

A maioria acredita que o seu sucesso é facilmente explicado por seu talento evidente, habilidades prodigiosas e ética de trabalho incansável. Ele muitas vezes trabalhava 18 horas por dia. Seus sermões eram vendidos a um ritmo de 25.000 por semana, foram traduzidos para 20 idiomas e cada navio que deixava a Inglaterra, carregava seus sermões.

Certa vez, ele pregou para uma multidão de mais de 23.000 pessoas sem amplificação.

Ele possuía uma memória fotográfica e lembrava-se de cada palavra de cada livro que tinha lido em sua biblioteca de 12.000 volumes. Com uma página de anotações ele pregava 140 palavras por minuto durante 40 minutos, e ainda assim a sua redação e linguagem é considerada uma das mais belas e mais eloquentes de toda a literatura Cristã — todas as 25 milhões de palavras de seus sermões dos quais se tem registro.

E deu resultados. Milhares e milhares de pessoas se converteram ao cristianismo durante seu ministério. O testemunho de uma senhora diz que ela estava abrindo a manteiga que tinha sido embrulhada no papel de um sermão, ela leu o sermão e foi salva. Outro homem estava trabalhando no telhado de uma igreja vazia quando Spurgeon entrou para testar a acústica. Ele disse em voz alta: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” O homem ficou tão atordoado e condenado que entregou sua vida a Jesus ali mesmo. Spurgeon foi, para dizer o mínimo, eficaz no púlpito.

Mas qualquer trabalho biográfico que atribua o sucesso de Spurgeon no ministério à sua capacidade intelectual nāo é fiel aos fatos. Pessoas próximas a ele disseram que o próprio Spurgeon atribuía seu sucesso a apenas uma única atividade sua.

Não era a pregação, a redação, a preparação ou o estudo; era a oração.

O famoso biógrafo, Arnold Dalimore, capta bem esta verdade:

Spurgeon sempre foi um homem de oração. Não que ele passasse longos períodos de tempo em oração, mas ele vivia no espírito de comunhão com Deus. Dr. Wayland Hoyt dá um exemplo de sua prática: “Um dia eu estava andando com ele num bosque situado nos arredores de Londres e, enquanto caminhávamos sob a sombra da folhagem de verão, nos deparamos com um tronco atravessado no caminho. “Venha”, disse ele tão naturalmente como alguém com fome diria se pão fosse colocado diante de si. “Venha, vamos orar.” Ajoelhado ao lado do tronco ele elevou sua alma a Deus numa oração amorosíssima, ainda assim, reverente. Então, ele se levanta da posição de joelhos e continua a caminhar falando sobre isso e aquilo. A oração não era um parêntese aleatório, era algo que pertencia tanto ao hábito da sua mente quanto a respiração ao hábito do seu corpo.”

Um outro convidado de Spurgeon testemunhou seus cultos domésticos e comentou que,


“Suas orações públicas eram uma inspiração e bênção, mas a sua oração em família era para mim ainda mais maravilhosa. A beleza delas era sempre impressionante: ilustrações, símbolos, citações de passagens bíblicas selecionadas, todas ditas com uma espontaneidade e naturalidade que encantava a mente e movia o coração.  O Sr. Spurgeon, quando se curvava diante de Deus em oração com a família, parecia um homem ainda mais grandioso do que quando retia a atenção de milhares fascinados por sua oratória.”

Para nós, pastores e outros cristãos que nos sentimos menos dotados e capazes do que Charles Spurgeon, este conhecimento nos deve dar esperança. Quaisquer desvantagens que temos em nós mesmos, podem ser facilmente compensadas com o esforço, fervor e compromisso que damos a nossa vida de oração.

2 Coríntios 4: 7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte.

Portanto, irmãos e irmãs, devemos nos dedicar a oração. Para o nosso bem, o bem de nossos ministérios, e para a glória de Deus.

Originalmente publicado por thecripplegate.com. 

Traduzido por Claudio L. Chagas

Clint Archer é o pastor titular da Hillcrest Baptist Church em Durban, África do Sul. Ele escreveu seu primeiro livro, The Preacher’s Payday [O dia do pagamento do pregador]. Você pode segui-lo no twitter em @ClintArcher.


5 AGOSTO, 2016  |  CLINT ARCHER

https://coalizaopeloevangelho.org/article/o-segredo-do-sucesso-de-spurgeon/#:~:text=Ap%C3%B3s%2038%20anos%20como%20seu,%C3%A0%20igreja%20foi%20de%2014.460.

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