
Gloria Furman 24 de Julho de 2017 - Vida Cristã
O texto abaixo foi extraído do livro Vislumbres da Graça, de Gloria Furman, da Editora Fiel.
Em um determinado ponto, na minha
caminhada com Jesus, passei a pensar: “Estou tão pronta para crescer em
minha fé! O que eu preciso é de mais informações sobre a Bíblia, e isso
fará a diferença”. Entreguei-me ao estudo rigoroso apenas para me tornar
mais inteligente, pensando que a leitura de livros escritos por pessoas
santas, de algum modo, transferiria sua santidade a mim.
É muito fácil permitir que o evangelho
se obscureça pelos nossos próprios esforços para crescer
espiritualmente. As disciplinas espirituais servem como portas de
entrada para adorar o evangelho, não como seus substitutos. D.A. Carson
nos adverte contra a tentativa de viver de modo cristão, mas relegando a
cruz a um mero seguro contra o fogo do inferno: “Primeiramente, se o
evangelho torna-se o meio pelo qual escorregamos para dentro do reino,
mas todos os tratados de transformação giram em torno de disciplinas e
estratégias pós-evangélicas, então constantemente estaremos direcionando
a atenção das pessoas para longe do evangelho, longe da cruz e da
ressurreição. Logo, o evangelho será algo que presumiremos como
necessário para a salvação, mas não o que nos anima, não o que estamos
pregando, não o poder de Deus”. Presumir o evangelho, contando com o que
Carson chama de “disciplinas pós-evangélicas” para mudança de vida, é
como dar de volta à serpente do mal os seus dentes. Se resistir ao
pecado e à tentação só depende de seu próprio poder e de sua própria
disciplina, então, seu potencial para vencer o pecado é tão poderoso
quanto a sua justiça própria.
Contudo, quem de nós preferiria confiar
em nossa própria justiça? Será que alguém que está em Cristo preferiria
pregar algo diferente do evangelho? Se o poder incomparável de Deus está
à nossa disposição, por que preferiríamos confiar em nossa força
inferior para o crescimento pessoal em santidade? É isso o que fazemos
quando, silenciosamente, presumimos o evangelho e nos levantamos com o
auxílio de disciplinas pós-evangélicas.
Então, como podemos saber se presumimos o
evangelho? Mack Stiles diz, com muita propriedade, que a maneira de
saber se presumimos o evangelho é: você não o ouve mais. Todos falam
consigo mesmos. Você está falando consigo mesma até quando acha que não
está ouvindo. Pense nisso: O que você diz em sua mente quando dá uma
topada com o dedão do pé? Ou ouve o telefone tocar? Ou pisa no freio do
seu carro para evitar bater no carro à sua frente? Você fala consigo
mesma.
Agora considere as questões de maior
peso. O que dizemos a nós mesmas, quando nos tornamos conscientes da
nossa distração ao seguir a Deus? De que forma nos consolamos quando nos
sentimos distantes de Deus? O que dizemos a nós mesmas como solução
para a nossa ansiedade e para os nossos corações inquietos? Qual é o
primeiro lugar para onde nos voltamos quando queremos ver a nossa vida
mudar? Indo direto ao ponto: estamos “tentando nos conectar com Deus sem
depender conscientemente da morte substitutiva e da ressurreição de
Jesus por nós?”
Separar alguns minutos para organizar
seus pensamentos ou experimentar gravar áudios (usando “lembretes
verbais para si mesma” com um gravador de voz) são boas maneiras de
descobrir seu fluxo de consciência, caso não esteja convencida de que
você fala consigo mesma.
Todas nós passamos bastante tempo
conversando com nós mesmas, e o que estamos dizendo importa. Você está
dizendo a si mesma que precisa “tornar-se religiosa” e fazer um melhor
trabalho para agradar a Deus? Ou lembra a si própria de que você não
responde a ninguém exceto a si própria?
Paulo, o disco arranhado
Minha comida favorita é nacho com molho.
Acho que poderia comer isso todos os dias e nunca enjoar. É bem
possível que eu pudesse ficar doente (literalmente) por comer tantos
nachos com molho. Mas é o meu prato favorito!
O evangelho é assim. Ouvi-lo repetidamente deve ser nossa atividade favorita! E ele não fará mal ao estômago.
Uma passagem rápida pelas epístolas de
Paulo nos mostra que o método de ministração favorito do apóstolo se
dava por meio da pregação do evangelho vez após vez — não apenas para os
não crentes, mas para os crentes também. Por diversas vezes nas
epístolas, ele pregou o evangelho.
Pregar o evangelho repetidamente e, em
seguida, mostrar como ele se aplica à vida foi o método escolhido por
Paulo para ministrar aos crentes, proporcionando, deste modo, um padrão
de inspiração divina para eu seguir quando estiver ministrando a mim
mesmo e aos outros fiéis.
Martinho Lutero, em um de seus sermões,
construiu uma ótima argumentação para nos lembrar frequentemente do
evangelho e de seus efeitos sobre as nossas vidas: “Você está entre
aqueles que dizem: ‘Eu já ouvi tudo isso [o evangelho] anteriormente;
por que devo ouvi-lo novamente?’ Se assim for, seu coração se tornou
insensível, saciado e sem vergonha, e essa comida não tem sabor para
você. Essa é a mesma coisa que aconteceu com os judeus no deserto,
quando se cansaram de comer o maná. Contudo, se você é um cristão, nunca
se cansará, mas desejará ouvir essa mensagem muitas vezes e falará
sobre ela para sempre”.
Os israelitas se cansaram de comer o maná. Você se cansou de banquetear sua alma nas verdades do evangelho?
Entendendo como o evangelho se aplica à sua vida
Toda essa conversa sobre o evangelho nos
leva à pergunta: qual é o ponto? Por que devemos nos preocupar com o
evangelho e com a maneira como ele se relaciona com nossas vidas
cotidianas no lar? Talvez você seja uma cristã comprometida e esteja a
bordo do barco dos que creem no evangelho. Você se esforça para obter
seu crescimento diário em piedade por meio do evangelho. Espero que este
livro sirva à sua alma, conforme você se submete, de bom grado, aos
propósitos de Deus em fazê-la cada vez mais parecida com o seu Filho.
No entanto, talvez você seja aquela que
luta com as dúvidas. Minha amiga, se você tiver apenas um grão de
mostarda de fé de que o evangelho pode conter alguma ajuda para você em
seu lar, por favor, continue lendo.
Entendo que você pode pensar que tudo
isso soa um pouco smurf. Talvez você seja cética a respeito do evangelho
de Jesus. Quero abordar essas ressalvas, por isso peço que, por favor,
continue lendo.
Estou animada para explorar essas ideias
com você, independentemente de onde você tenha vindo. Não consigo
pensar em nada melhor do que falar sobre como podemos nos deleitar com o
Deus extraordinário, que atinge a vida de pecadoras que precisam de sua
graça ao viverem suas vidas cotidianas em suas casas.
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/1162/Mulheres_renove_sua_mente_com_o_evangelho_todos_os_dias
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