Quando Fernando Collor disputava a presidência, em 1989, foi identificado como "direita". Não votei nele na época, porque eu era de esquerda. Nunca gostei dele. Achava um nojo aquela história de "ter aquilo roxo", bordão seu nas campanhas. E agora ele se refugiou na pior esquerda brasileira que existe, junto com outro que sempre foi reconhecido como "direitista", Paulo Maluf. Prova de que ele, assim como Maluf, nunca compartilhou de nenhum valor político sólido.
Eu só digo que sou de "direita" porque
sou conservadora, ou seja, repudio a ideia da revolução socialista ou de
qualquer ditadura - militar ou do proletariado. Creio nas mudanças
vagarosas que aproveitam as lições do passado, sempre a partir da
sociedade como um todo, em vez de mudanças bruscas a partir do aparato
de poder (Hitler e Chávez) ou a partir de grupos que decidem tomar o
poder à força (Castro). Mas dessa "direita” de Collor e Maluf eu nunca
fui e nunca serei. Quando pensarem na minha "direita", lembrem Francis
Schaeffer - não o Schaeffer cooptado pelos movimentos sociais
evangélicos, que lhe imputam um esquerdismo inexistente em suas obras,
mas o real, que repudiava a tirania firmemente ancorado na Bíblia.
Uma tradição realmente conservadora no
Brasil só surgirá e se fortalecerá com a difusão de um pensamento
político com raízes na democracia real (de novo, não a "democracia" da língua de pau, novilíngua ou newspeak),
forma de governo restrito que garanta as liberdades individuais e
econômicas. Acredito que a Bíblia fornece o principal estofo desse
pensamento. Mas nós temos que fazer o nosso trabalho. Deus tem nos
ajudado: a hegemonia cultural revolucionária, com seu ódio pela
verdade e pelas estruturas, tem sofrido sucessivas derrocadas nos
últimos anos. Mas o trabalho vai dobrar, triplicar, quadruplicar, pois
está apenas começando. Cristãos historiadores, economistas, filósofos,
artistas, professores, pesquisadores e diletantes: reconheçamos com
alegria que o momento é bastante propício. A hora é de muita energia e
pouca dispersão. Sinto que estamos muito dispersos ainda, presentes
demais no Facebook, deixando-nos levar aqui e ali pela ira dos
“coxinhas” contra os “petralhas”. Além de comparecer nas ruas e na
internet, bradando contra o governo e a corrupção, precisamos comparecer
diante de Deus com nosso desejo de um país melhor. Só Dele obteremos a
graça e a força que nos faltam para rejeitar definitivamente o discurso
dicotomista revolucionário e o mecanismo do bode expiatório, unindo
esforços por realizações que realmente farão bem ao Brasil - no curto e
no longo prazos.
Precisamos também de uma transformação
interior que nos faça nadar contra a corrente de uma cultura que tem
odiado a disciplina, a constância, o labor concentrado. Essa tem sido a
minha principal luta hoje, com muitas derrotas pontuais. E a sua?
Que Deus nos ajude!
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