O
quadro evangélico atual tem sido alvo de muita zombaria por parte dos
incrédulos. Com efeito, nas redes sociais circulam vídeos retratando as
mais curiosas situações em que “fiéis” se comportam estranhamente
durante os cultos, gerando escárnio por parte dos descrentes. Também,
pudera: esses vídeos mostram pessoas caindo, pulando, rolando e gritando
— todas propondo ou aceitando a mentira de que o poder de Deus está
fluindo através delas.
O
fato, porém, é que essas manifestações são absolutamente reprováveis e
merecedoras de descrédito. Nos relatos bíblicos, jamais vemos o poder de
Deus se manifestando assim. Na verdade, as reais manifestações do poder
de Deus causavam espanto nas pessoas. Ainda que sempre houvesse
incrédulos que zombassem até da mais notável expressão de poder, a
verdade é que os sinais da ação de Deus eram inegáveis, despertando a
admiração da maioria. Vejam-se, por exemplo, o episódio da ressurreição
de Lázaro, a história da cura do homem que tinha uma das mãos mirrada e o
relato do “suicídio” dos porcos em Gadara.
Assim,
a extrema zombaria promovida pelos descrentes contra o evangelho toma
força e coragem a partir da certeza de que os incrédulos têm de que
estão diante de coisas falsas, sem utilidade alguma, não passando de
toscas representações teatrais. Afinal de contas, o que pensar diante do
quadro que mostra alguém se jogando no chão, sacudindo o corpo inteiro
ou agindo como um animal? Cenas assim, diga-se de passagem, contrariam o
bom senso e, teologicamente falando, mostram desprezo pela dignidade
humana. Fomos criados à imagem e semelhança do Deus altíssimo, a fim de
glorificá-lo em nossas vidas. Ações animalescas e bizarras reduzem o ser
humano e o desviam da razão central pela qual foi criado.
Ademais,
atitudes estranhas como as que acontecem nos cultos atuais não poderiam
estar mais distantes da vontade do Senhor para o seu culto. Até porque
as manifestações de “poder” que se veem por aí são claramente simulações
forçadas que maculam o culto exatamente por serem falsas. Infelizmente,
em alguns casos, o próprio “ator” da cena representada acredita na
realidade da sua atuação. Sim, às vezes, ele realmente crê na realidade
do seu papel, ainda que muitos na plateia saibam que nada daquilo é
verdadeiro.
Cabe
aqui uma ilustração. Recentemente, ouvi acerca de um jovem
universitário que queria passar a imagem de uma pessoa “descolada” e de
“mente aberta”. Então, ele procurou os usuários de drogas da sua sala
para comprar maconha. Ocorreu, porém, que seus “fornecedores” compraram
cigarros comuns num bar qualquer e guardaram o resto do dinheiro. Eles
removeram o filtro dos cigarros e o invólucro de papel, deixando somente
o tabaco. Sem saber distinguir, o jovem pegou o tabaco, preparou um
cigarrinho e tragou. Logicamente, não obteve nenhum resultado. Então ele
reclamou com os colegas que, mais uma vez, o enganaram, tragando o
cigarro e simulando estar sob o efeito da droga. Ingenuamente, o jovem
acreditou nisso e consumiu quase todo o tabaco. Disse até que sentiu os
efeitos da maconha e alegou estar “doidão”. Para comprovar, ele passou a
fazer loucuras, caindo no chão e dizendo sandices. Resultado: o jovem
virou piada na faculdade. Querendo impressionar, caiu no ridículo.
Creio
que o mesmo acontece com muitos evangélicos. Sendo enganados por falsos
mestres que lhes vendem mentiras, eles acreditam que estão dominados
por um poder especial e “forçam a barra” para dar sinais disso. Então,
fazem absurdos e provocam o riso de todos.
Para
evitar essas coisas, é necessário vasculhar a Bíblia, aliando isso a
uma disposição sincera de conhecer a verdade. Para os evangélicos que
têm essa disposição, sugiro observar se tudo que ocorre no culto de que
vocês participam está em conformidade com as Escrituras. Se não estiver,
abandone imediatamente essa forma de adoração. Lembre-se: “Deus é Espírito e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24).
Adore-o assim, até mesmo para não ser confundido com aqueles que
acolhem doutrinas malignas, levando os homens a agir como bichos.
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Por João Ivo Matos da Silva
Fonte: IBR
http://www.revistamonergista.com/
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