
1 Coríntios 5:7: “...Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”.
Romanos 5:9 "Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele!".
A palavra Páscoa provém do termo hebraico "Pêssach", que significa Passagem. É uma festa judaica que se comemora há mais de 3.500 anos (lembrando que a nação de Israel está no ano 5775). Tendo início no 15º dia do mês Nisan, o primeiro mês do calendário judaico, e que nesse ano cai nos dias 20/04 a 27/04. O professor Daniel Neves comenta que a Páscoa judaica é inaugurada com o “Sêder”, isto é, um jantar no qual as famílias judaicas reúnem-se para relembrar e celebrar a libertação do povo hebreu. O jantar é realizado dentro de uma estrutura litúrgica que inclui: a leitura do Hagadá, um livro que contém a história de libertação dos hebreus; e o consumo dos alimentos, cada qual com sua ordem específica. Literalmente, Páscoa significa "passar por cima". Deus avisa Moisés sobre a décima e última Praga, ou seja, a morte dos primogênitos (primeiro filho); anuncia que o anjo da morte passará sobre todo o Egito tomando para si todos os primogênitos que são D'Ele. Contudo, para seu povo orienta que um cordeiro seja sacrificado por família, e que o sangue deste seja posto nos umbrais (batentes) e nas soleiras das portas; e onde estivesse o sangue, o primogênito seria poupado da morte, isto é, o Anjo do Senhor passaria por cima da casa onde houvesse o sangue.
Pensando um pouco mais no simbolismo, o professor Matheus Zandona de origem judaica argumenta que Deus sabia bem quem eram os hebreus e sabia qual casa poderia entrar, entretanto, era um simbolismo para nós, que necessitamos entender que tem que ter um elemento de redenção para remissão dos pecados, o sangue.
Segundo Fernando Altmeyer Júnior, teólogo da PUC de São Paulo, a Páscoa cristã recebeu o nome da comemoração judaica porque a Paixão de Cristo aconteceu no início do Pêssach (Pra mim foi de propósito afim de cumprir-se as profecias). O reverendo e doutor Augustus Nicodemos diz que a sexta-feira como um dia santo entrou no calendário Cristão somente durante a idade média. Embora a Páscoa judaica, em determinados anos possa coincidir com a data em que se comemora a Páscoa cristã, contudo, o significado das duas diferem, a Páscoa Judaica foi a libertação dos Hebreus dos 400 anos de escravidão, já a Páscoa Cristã é a celebração da libertação do pecado.
Houve transição da Páscoa para a Santa Ceia, isto é, Cristo torna-se o cordeiro pascoal conforme afirma João Batista “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. ” (João 1:29). Fica nítido que há um paralelismo dos acontecimentos que envolvem a páscoa, Cristo foi sacrificado nos dias da Páscoa, simbolizando assim a libertação de seu povo do pecado. Ele firma um Novo Concerto e uma Nova Aliança, garantindo o escape da ira de Deus, do juízo que virá sobre todos os homens. Se Deus preservou todos que obedeceram e creram na ordem divina anunciada por Moisés na antiga Aliança, certamente todos aqueles que creram e o receberam serão salvos “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, ou seja, aos que creem no seu Nome” João 1:12.
O doutor Martyn Lloyd Jones diz: “...isto faz parte essencial do glorioso evangelho. No Calvário, Deus estava abrindo um caminho de salvação pelo qual nós pudéssemos ser perdoados”. Portanto, fica claro, claríssimo que a pascoa é um simbolismo da morte de Jesus Cristo, que é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e de sua gloriosa ressurreição. Assim como houve distinção entre os hebreus poupados e os Egípcios feridos de morte, assim será na vinda do filho do homem, como diz o Evangelho de João 3:36 "Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.”
Mauro Meister em seu texto “Quando celebrar a Páscoa” alerta que nós cristãos não somos contrários a celebração de um calendário litúrgico, mas se ele servir para substituir a essência da mensagem cristã, precisamos reavaliar. Portanto, a “morte e ressurreição do Senhor são o centro da mensagem do Evangelho”. Ele ainda enfatiza que: “esta deve fazer parte da nossa vida cotidiana e ser lembrada, seja na exposição da Palavra ou na Palavra encenada (o Sacramento da Ceia), todos os domingos! Paulo, por exemplo, disse que o centro da sua pregação contínua era pregar a Cristo, e este crucificado. Os cristãos vivem em torno da Cruz e do poder da ressurreição, celebram a Páscoa a cada vez que tomam a Ceia e devem estar ouvindo, pelo menos semanalmente, a respeito de Cristo, sua pessoa, sua obra e seu ensino”.
Finalizando, Martyn Lloyd Jones declara em seu comentário de Romanos 3:25,26 que Deus livrou e livra todos que estavam sob a antiga aliança, da ira futura por “pretermissão” , palavra emprestada do Direto Romano que significa passar por cima (deixar de propósito alguém fora de um testamento como se não tivesse visto), ou seja, Ele suportou todos os pecados aceitando sacrifícios sob a Lei que cobriam os pecados temporariamente, pois propiciavam uma certa purificação da carne, bem como um cerimonial que habilitavam o povo a orar e continuar na presença de Deus porque apontavam para o sacrifício de Cristo que estava para acontecer na cruz, este sim, purificaria a consciência das obras mortas, e reconciliaria verdadeiramente o homem com Deus, resolvendo o drama universal da queda através de sua encarnação, vida, morte e ressurreição. Sendo assim para os Cristãos a Páscoa vai além da morte de Cristo pelos nossos pecados, ela traz esperança indizível! O fato da Ressurreição e da descida do Espírito Santo confirmam (validam, selam) que Deus agradou-se do sacrifício de seu filho. Cristo passa a ser o primogênito dos mortos, aquele que tornou a viver; e assim será conosco, além de perdoados, seremos transformados, glorificados e teremos um corpo incorruptível onde a imortalidade será uma realidade. Deus enxugará todas as lágrimas e estaremos para sempre com o Senhor (Apocalipse 21:4)
Em Cristo, Celebre sua libertação e salvação eterna. Deus os abençoe.
José Moglia – OBPC Freguesia do Ó
Fontes:
https://www.youtube.com/watch?v=HaVRSe8s7rU
https://brasilescola.uol.com.br/pascoa/pascoa-judaica.htm
https://super.abril.com.br/historia/qual-a-relacao-entre-a-pascoa-judaica-e-a-crista/
http://chevrakadisha.org.br/feriados-judaicos-2019/
https://voltemosaoevangelho.com/blog/2019/04/quando-celebrar-a-pascoa/?utm_medium=onesignal&utm_campaign=onesignal&utm_content=onesignal
https://www.youtube.com/watch?v=IS8tp7PRBsg
https://www.youtube.com/watch?v=bXMcCelEVe4
Martyn Lloyd Jones: A cruz, a justificação de Deus. Editora PES.
Pastor José, texto muito esclarecedor! Que Deus abençoe sempre o ministério que Ele lhe deu. Pr. Laurindo Franz
ResponderExcluirA paz pastor Laurindo, obrigado por seu comentário. Eu que agradeço o carinho e amizade.
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