Julio
Severo
O que o aborto tem a ver com a vaquejada? Absolutamente
nada. Mas como alguns setores da chamada Direita apoiam a prática da vaquejada,
apelam, em seu radicalismo, para exemplos igualmente radicais, dizendo que só
os abortistas e esquerdistas são contra a vaquejada. Com tal extremismo, chamam
o patriarca judeu Jacó de abortista e esquerdista.
O Papa Francisco é esquerdista. Mas prefiro apoiar as
posturas pró-vida desse papa a apoiar as posturas pró-aborto de Macedo.
Em todo caso, a guerra política e ideológica entre
Esquerda e Direita nunca deveria ser parâmetro para um cristão avaliar as
questões. O parâmetro é a Bíblia.
Embora a Bíblia nada fale sobre vaquejada ou sobre
aviões, seus princípios éticos estão disponíveis para todas as gerações.
Vejamos:
“Não estarei presente quando fizerem planos, não
tomarei parte nas suas reuniões, pois no seu furor mataram homens e por
brincadeira aleijaram touros. Maldito seja o furor deles, pois é violento!
Maldita seja a sua ira, pois é cruel! Eu os dividirei na terra de Israel, eu os
espalharei no meio do seu povo.” (Gênesis
49:6-7 NTLH)
Essas são as palavras do patriarca Jacó no seu momento
mais importante de bênção para seus filhos: ele estava morrendo. No leito de
morte, os pais só tratavam de assuntos que eram absolutamente importantes.
No leito de morte, os pais costumavam dar bênçãos aos
filhos e essas bênçãos eram grandemente esperadas. Por isso, todos os filhos de
Jacó estavam reunidos, cada um esperando a sua vez de ser abençoado.
Entretanto, para seus filhos Simeão e Levi, Jacó fez
questão de mostrar sua desaprovação e nojo por seus atos. Para vergonha desses
dois irmãos, Jacó reservou seu último momento de vida para denunciar o
comportamento descontrolado deles, que levou a assassinatos, e o prazer que
eles tinham de brincar de aleijar touros.
Enquanto para seus outros filhos, Jacó os abençoou com
promessas de lotes de terras para se estabelecerem em Israel, para Simeão e
Levi houve uma forte maldição do pai: Eles não teriam lotes. “Eu os dividirei
na terra de Israel, eu os espalharei no meio do seu povo.” Isto é, o poder da
palavra de maldição de Jacó não os deixaria ter lotes, mas os faria se
espalhar. A maldição se cumpriu.
Na versão Mensagem, Jacó disse:
“Maldita seja sua raiva descontrolada, seu ódio
indiscriminado. Eu jogarei vocês fora com o lixo; e os espalharei como papel
picado no meio de Israel.”
(Gênesis
49:6-7 )
Jacó ligou diversão e tortura de animais com um
problema de ira que mata pessoas. Quem judia de animais judia e até mata seres
humanos.
Jacó comia carne de boi e de vaca, de cordeiro, etc. Ele
não via nada de errado em comer animais puros como vacas. Mas ele mostrou
claramente que era contra o sofrimento desses animais, especialmente por
diversão.
Usando como parâmetro o modo enérgico como Jacó não
poupou seus próprios filhos que se divertiam à custa do sofrimento de bois, o
que nós cristãos no século XXI podemos aprender?
Não há a menor dúvida que a vaquejada, que se iniciou
no Nordeste brasileiro, é vista como “diversão.” Como o cristão deve vê-la?
Para que todos os leitores tenham facilidade de
pesquisar o assunto, uso como base a Wikipédia, de onde adaptei estas informações:
As vaquejadas modernas se tornaram
um negócio, que movimenta cerca de 50 milhões de reais por ano.
As vaquejadas submetem os bois ao
medo e desespero através de encurralamento e agressões a choque elétrico e
pancadas, no intuito de fazê-lo correr em fuga e sua descorna sem anestesia. São relatadas com
certa frequência consequências muito nocivas da tração forçada na cauda e da
derrubada do boi, tais como fraturas nas patas, traumatismos e deslocamento da
articulação da cauda ou até a sua amputação.
Os cavalos são atiçados a correr
mediante golpes de esporas aplicados pelos
vaqueiros.
Além das consequências físicas nos
animais, questões éticas entram em debate, como o questionamento do embasamento
moral e cristão de se explorar e agredir animais para fins de diversão, a
validade de se chamar de esporte um evento de entretenimento baseado por
definição no abuso dos animais e o dilema de tratar como “cultura” uma prática que
provoca maus-tratos aos animais.
Para tratar bem as pessoas e os animais, a cultura
precisa ser justa. Só os justos podem tornar uma cultura justa.
A Bíblia diz:
“Os justos são bons, até mesmo com os animais, mas até
as ‘boas atitudes’ dos perversos são cruéis.” (Provérbios 12:10 A Mensagem)
Não devemos tratar os animais melhor do que os seres
humanos. Mas a bondade do justo que alcança o seu próximo também alcança os
animais.
Os que dizem defender os animais têm obrigação maior
de lutar contra o aborto legal. Indivíduos e organizações que dizem defender os
animais, mas não defendem os bebês em gestação, merecem ser denunciados como
farsas.
Mas independente do radicalismo dessas entidades,
tortura de animais anda junto com tortura de pessoas. Por isso, Deus nunca
condenou Jacó por ter amaldiçoado seus filhos que se divertiam com isso.
Não foi só Jacó que identificou uma ligação entre violência
contra animais e violência contra seres humanos. A realidade comprova isso de
forma abundante. Em 2011, foi preso no Canadá um ator
pornô homossexual pelo crime de ter canibalizado seu amante
homossexual. Esse homossexual pervertido tinha um histórico de torturar gatos e
filmar as torturas. Ele então postava, com a face escondida, suas perversões no
YouTube.
Como disse o sábio Jacó, malditos são aqueles que em acessos
de raiva matam pessoas (inclusive por meio do aborto) e os que por brincadeira aleijam
animais.
Fonte:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
http://juliosevero.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário