John MacArthur 05 de Setembro de 2016 - Igreja e Ministério
Um fórum de teólogos e pastores:
Quais lições você aprendeu da forma mais difícil ao selecionar presbíteros?
Respostas de:
- John MacArthur
- Michael Lawrence
- Phil Newton
- Ed Roberts
- Sinclair Ferguson
- Bruce Keisling
- Philip Pedley
- Sir Fred Catherwood
- Thomas Schreiner
- Alexander Strauch
John MacArthur
Há uma razão boa e vital pela qual Paulo
disse: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos” (1Timóteo 5.22).
As qualificações bíblicas para os presbíteros são todas características
de piedade e dons que devem ser provadas ao longo do tempo. Um homem
pode saber instintivamente como causar uma boa impressão. Ele aparenta
superficialmente ter o pensamento afiado, ser bem informado, ser maduro
ou ser supremamente dotado como um professor. Mas ele pode ter, na
verdade, sérios problemas que o desqualificariam para o presbitério e
algumas vezes esses problemas se tornam claramente evidentes somente
através de padrões de comportamento de longo prazo. É vital que os
líderes eclesiásticos sejam “primeiramente experimentados; e, se se
mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato (1Timóteo 3.10).
Em nossa igreja, presbíteros servem pela vida toda. Eles não são eleitos para um cargo
de escritório; eles são reconhecidos pelos seus dons e por seu chamado.
Uma vez que os dons e o chamado de alguém não estão sujeitos à mudança
(Romanos 11.29), a seleção e apontamento dos presbíteros não é algo que
deveria ser feito apressadamente ou superficialmente.
Além do mais, os dons e o chamado de um
presbítero são, em última instância, bem mais importantes que qualquer
caminho formal de treinamento.
Agora, obviamente, como presidente de um
seminário, sou fortemente a favor de um treinamento formal. Se um homem
é chamado para o ministério e dotado para ensinar, ele deve perseguir
(tanto quanto razoavelmente ele possa) o melhor treinamento disponível
para ele. Ele deve tirar vantagem total de cada oportunidade de estudar,
de aprender e de ser mentoriado. Ele deveria conquistar um conhecimento
das Escrituras cuidadoso e o completo fruto do seu trabalho; adquirir
um entendimento sólido de uma doutrina saudável e essencial; aprender de
forma prática como ajudar pessoas com aspectos práticos de como viver
para Cristo e fazer o que for possível para afiar suas habilidades como
um professor. Enquanto isso, seus líderes espirituais deveriam fazer
tudo em seu poder para ajudá-lo a adquirir tal treinamento.
Mas se lhe faltar o chamado e os dons
que são essenciais para o presbitério, nenhuma quantidade de treinamento
formal pode possivelmente equipa-lo para a tarefa. Em outras palavras,
enquanto o treinamento formal é maravilhosamente útil para equipar
homens que são, de fato, chamados para liderança e dotados por Deus para
um papel, nenhum programa de treinamento sozinho pode garantir que um
homem será adequado para servir como um presbítero.
Então, parece para mim que o processo de identificar
aqueles que são verdadeiramente chamados para o presbitério é no mínimo
tão importante – e certamente um pré-requisito – quanto qualquer
processo de treinamento formal que escolhemos para equipar jovens a
serem pastores e membros do presbitério.
Se tem uma coisa que aprendi “da forma
difícil”, é que a melhor forma de identificar presbíteros em potencial é
no fluxo normal da vida da igreja. Eles são evidentes pela sua resposta
ao que está sendo ensinado, pelo seu desejo de servir, pela abundância
de fruto espiritual em suas vidas e pelas muitas formas que seus dons
são manifestos na igreja antes de sequer serem convocados para a liderança.
Em outras palavras, nossos programas de
treinamento prático de liderança não deveriam ser vistos como o começo e
o fim do desenvolvimento de liderança. Em vez de sempre conceber
designações de ministérios pré-fabricados e encaminhar jovens
inexperientes por cada passo do que deve ser feito, algumas vezes é
melhor lhes dar a liberdade para demonstrar do que eles são feitos, ao
ver como eles lidam com os deveres que ainda não são suas
responsabilidades formais. Então, podemos dar ajuda e encorajamento
conforme eles desenvolvam suas próprias habilidades espirituais. Acho
que quando homens que são dotados e chamados para liderança são
encorajados a pensar dessa forma, eles prosperam.
John MacArthur é o pastor da Grace Community Church em Sun Valley, Califórnia e é o autor de vários livros, incluindo o livreto Answering The Key Questions About Elders [Respondendo às Questões Centrais sobre Presbíteros] (Word of Grace Publications, 1984).
Michael Lawrence
Uma das lições que aprendi e reaprendi
em mais de uma igreja é o perigo de selecionar um homem para servir que
tem uma história de um conflito prolongado, repetido e/ou não resolvido.
Em mais de uma ocasião, negligenciei um conflito na vida de um homem,
questionando se aquilo não era justificado pelas circunstâncias, uma
ação de imaturidade que tinha que ser superada, ou engano sobre ele como
a parte inocente.
O fato é, entretanto, que mesmo quando
as circunstâncias ou teologia vindicam seu lado do conflito, um homem
pode ainda ser um homem problemático. Isso pode se demonstrar em uma
falta de gentileza, uma propensão a tomar posicionamentos rígidos quando
não é requerido, uma inabilidade de perder debates graciosamente ou
simplesmente amor excessivo por eles. Qualquer que seja a forma que
assuma, propensão a conflitos é um impedimento sério para o serviço
efetivo como um presbítero. Contenciosidade é uma clara desqualificação
(1Timóteo 3.3).
Uma das razões porque isso é fácil de
negligenciar é porque presbíteros devem ser o tipo de homens que podem
vigorosamente contender pela fé, para defender o rebanho dos lobos e
seus erros, e para permanecer diante da pressão ou mesmo perseguição. Um
presbítero fraco, comprometedor, facilmente influenciável é um perigo
para a saúde da congregação e a pureza do evangelho. E então procuramos
por homens que prepararam suas mentes para a ação (1Pedro 1.13).
Mas se devemos cuidar do rebanho
seguindo o padrão do Bom Pastor e se devemos fazê-lo de forma a nos
submetemos uns aos outros à reverência a Cristo (Efésios 5.21), então
devemos ser cuidadosos ao selecionar homens que falham em combinar
firmeza de mente com mansidão de coração. Mansidão não é fraqueza.
Moisés e Jesus foram ambos descritos como mansos (Números 12.3; Mateus
11.28). Em vez disso, mansidão é poder sob controle, humildade colocada a
serviço dos outros. A serviço de si, firmeza da mente (incluindo uma
teologia correta) inevitavelmente gera conflitos. Unida com humildade e
mansidão, a mesma força carrega o fardo do fraco, gentilmente restaura o
caído e distingue precisamente entre o mal e o fraco.
Um histórico de conflitos não deveria
automaticamente desqualificar um homem para o serviço. Mas deveria
requerer uma investigação mais profunda e cuidadosa. O conflito foi
resolvido? Foi necessário? É uma arma de primeiro ou último recurso? É
sempre autojustificável? Essas e outras questões deveriam ser exploradas
honestamente antes de selecionar um homem como um presbítero.
Provérbios 15.1 diz que “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra
dura suscita a ira”. Em nenhum lugar isso é mais importante que no
trabalho de um presbítero.
Michael Lawrence é um pastor associado da Capitol Hill Baptist Church em Washington, DC.
Phil Newton
Ansiedade em estabelecer líderes como
presbíteros ou preencher uma lacuna de presbíteros rotativos para uma
posição ativa pode criar problemas que podem levar anos para serem
superados. Ao passo que nossa igreja se moveu em direção a uma liderança
de presbíteros, selecionando o grupo inicial provou ser desafiador.
Depois de ensinar extensivamente sobre qualificações dos presbíteros, a
igreja nomeou homens fortes através da demonstração de qualificações
bíblicas. A pequena lista eventualmente foi reduzida a três que
coadunavam com a aprovação da igreja. Esses completaram um rigoroso
questionário por escrito, como também entrevistas antes da apresentação
para a congregação. Entretanto, aprendi através do processo que
questionários testam efetivamente o conhecimento básico doutrinário, mas
carecem de precisão em testar motivações e ambições. Essas qualidades
mais internas são aprendidas somente nas provas severas da vida
eclesiástica.
Cada um desses homens era brilhante e
tinha um apego razoável às doutrinas básicas. Ainda assim, nenhum tinha o
nível de comprometimento para atravessar períodos de adversidades e de
ameaças sem precisar de ajuda. Um homem encarou o papel de pregar na
vida da igreja como mais tangencial do que central. Eu me lembro de um
diálogo bastante caloroso – apesar de não ter sido feio – que tivemos na
reunião dos presbíteros sobre minha exposição de 2Timóteo 4.1-5.
Pontuei que, em última instância, a audiência principal do pastor era
Deus. Ele não conseguia enxergar isso, apesar do argumento bíblico do
contrário. Nenhum estômago para controvérsias marcou o segundo homem.
Apesar de ser biblicamente versado e provavelmente o melhor estudante
dos três, ele carecia de coragem para enfrentar aqueles que precisavam
de correção. O terceiro homem se aproximou da igreja com uma perspectiva
de modelo econômico. Sua percepção de sucesso equivalia a incrementar
números. Quando os desafios vieram e os números declinaram, ele
abandonou o navio.
Quais lições esses incidentes me
ensinaram? Primeiro, instrua regularmente a congregação em ambos
aspectos, as qualificações e o coração, de um presbítero. Demonstre que é
necessário mais do que conhecimento doutrinário e boa visibilidade.
Segundo, cultive futuros presbíteros através da interação em uma
variedade de esquemas, por exemplo, grupos de discipulado, oração,
visitas, refeições em conjunto, fóruns de discussão/leitura, críticas ao
ensino deles. Ouça a forma como eles interagem com os outros. Veja como
eles respondem à correção. Dessa forma, você tem tempo para observar as
paixões e ambições dos homens antes deles serem separados para serem
presbíteros. Terceiro, observe quem ou o que mais influencia os
candidatos a presbítero. Quarto, conforme ora por discernimento, esteja
consciente dos “alarmes” do Espírito Santo com respeito ao caráter,
conduta ou qualidades daqueles que aspiram pelo presbitério. Se você
está hesitante para aprovar alguém, então não aprove até que suas
desconfianças sejam esclarecidas.
Phil Newton, autor de Elders in Congregation Life (Kregel, 2005), é o pastor senior da South Woods Baptist Church em Memphis, Tennessee.
Ed Roberts (Nome verdadeiro preservado para propósitos de segurança)
Da perspectiva de um plantador de
igreja, há dois contextos para o reconhecimento de presbíteros.
Primeiro, há muitos crentes maduros que decidem se tornar parte de uma
nova plantação de igreja e são potenciais presbíteros. Segundo, como em
um arranjo pioneiro, há somente crentes relativamente jovens que nunca
se exercitaram em liderança em qualquer congregação.
Onde há homens maduros que serviram como
líderes em outros contextos, e eles serviram somente como diáconos
“abaixo” de um único pastor pago que não compartilhava sua liderança da
forma apropriada, eles tanto podem como não podem ser bons candidatos.
Esteja certo que eles entendem a pluralidade de liderança e esteja certo
que eles são biblicamente qualificados.
Em cada contexto, procuro por fidelidade
que foi provada, particularmente na disciplina de sua própria família.
Isso não significa que homens solteiros não possam ser presbíteros, mas
um homem casado deve ser modelando, ensinando e treinando sua própria
família. Manejar de forma apropriada a família é um pré-requisito para
servir como presbítero na igreja. Se um homem não está disciplinando sua
esposa e filhos, não sugeriria reconhece-lo como um presbítero, mesmo
que seu ministério possa ser frutífero em outras áreas.
A outra área menos óbvia para a qual
olhar é a sua generosidade (e talvez a nossa própria?). Quando Paulo
escreve para Timóteo, ele menciona que um presbítero não deve ser amante
do dinheiro, e em 2Timóteo 6, ele diz que aqueles que são ricos nesse
presente mundo devem fazer o bem para que sejam ricos em boas ações,
sejam generosos e desejosos de compartilhar. Não ser invejoso, mas
almejar servir também é mencionado em 1Pedro 5. Eu faria uma sondagem de
qualquer presbítero em potencial sobre sua mordomia financeira, em
particular no doar generosamente (não somente sua oferta semanal!), a
despeito da cultura evangélica achar isso aceitável ou não.
Seja cuidadoso sobre reconhecer como
presbítero alguém que tem um interesse não saudável em disputas
teológicas. É claro que um presbítero precisa estar apto para ensinar a
doutrina saudável e refutar aqueles que se opõem a ele, mas isso deve
ser feito com gentileza. Somos advertidos em 2Timóteo sobre contendas a
respeito de palavras. Então, procuro por alguém que é ensinável e apto a
ensinar com boa teologia, mas faça isso com um espírito gentil e a
devida humildade teológica.
Sobre reconhecer presbíteros, seria
sábio reconhecer aqueles homens que compartilham da mesma mentalidade,
que são aptos para ministrar para pessoas ou formas em particular que
outros presbíteros não são tão dotados. É um erro ter um time de
presbíteros que compartilham da mesma opinião com as mesmas
personalidades, mesmos interesses, mesmas situações familiares,
históricos idênticos etc. O time de presbíteros deve compartilhar das
mesmas opiniões biblicamente, mas eles não precisam ser iguais em toda
outra medida humana.
Mr. Roberts plantou uma igreja nos
EUA, tem plantado igrejas e tem feito um desenvolvimento de liderança na
Ásia Central por enquanto.
Sinclair B. Ferguson
Quero fornecer 9 marcas de um
presbitério saudável. Presbíteros podem avançar ou retardar a saúde
espiritual de uma congregação. A seleção deles, portanto, é vital. Os
poucos comentários abaixo são limitados à questão: Como reconhecer quem
deveria servir como presbítero?
1. Ao passo que nos arrependeremos de
colocarmos a medida abaixo dos padrões das Escrituras em reconhecer
homens chamados para o presbitério, podemos também, em nosso zelo,
coloca-la artificialmente acima das Escrituras, e falharmos em
reconhecer que alguns dos melhores dons crescem no ministério.
2. Lembre-se especialmente que “estar
apto para ensinar” (1Timóteo 3.3), com seu corolário de ser apto para
“repreender” (Tito 1.9, isto é, usar as Escrituras para os fins aos
quais são dadas, 2Timóteo 3.15-16) não especifica a arena. Alguns que
são “aptos para ensinar” não se encaixam na pregação pública regular.
3. Busque homens que exibam o espírito,
assim como o apego intelectual, da doutrina saudável. Ortodoxia com
aproximação é uma grande aspiração em um presbítero (aproximação como o
sentido mínimo de “hospitalidade”, Tito 1.8).
4. Exponha a questão mais negligenciada –
“Os de fora pensam bem dele?” (1Timóteo 3.7) – e pondere por que essa
questão é importante.
5. Escolha aqueles que já estão “entre” o
rebanho e o rebanho “entre” eles (1Pedro 5.2). Tendo conhecido as
qualificações morais, domésticas, ocupacionais e didáticas, pergunte:
“Esse homem ama o rebanho e é amado por ele?”. O comprometimento para
com a oração corporativa é geralmente o papel de tornassol.#1
6. Evite apontar aqueles que se comprometeriam a amar o rebanho se eles fossem chamados para ser presbíteros. É bem melhor ter homens que amam as ovelhas do que homens que amam serem pastores.
7. Procure por homens que são
simultaneamente gentis, mas preparados para serem corajosos e preparados
para sofrer se necessário – colocar-se na frente para proteger, como
também se colocar atrás para seguir! Um presbítero deve ser capaz tanto
da repreensão bíblica quanto da restauração gentil (Gálatas 6.2). Homens
quietos, com corações quietos, são dignos do seu peso em ouro e podem
nos surpreender por sua sabedoria.
8. Faça a pergunta: “Nossa igreja teria
vontade, se necessário, de pagar a esse homem um salário para trabalhar
entre nós como um presbítero?”. A resposta pode dizer muitas coisas
sobre seu ministério no rebanho e a estima que ele tem diante dos olhos
deles.
9. Considere quão bem a vida de um homem ecoa os princípios do pastoreio do Senhor no Salmo 23.
#1 papel de tornassol é um teste feito para diferenciação das propriedades de acidez de um composto químico.
Sinclair Ferguson, que ensina
regularmente no Westminster Seminary e é o autor de vários livros, é o
pastor sênior First Presbyterian Church em Columbia, Carolina do Sul.
Bruce Keisiling
Aprendi que a habilidade da igreja em
reconhecer presbíteros está fortemente correlacionada com o número de
oportunidades de ensino que eles tiveram na igreja. Em nossa situação na
Third Avenue Baptist Church, em Louisville, estávamos sem um
pastor na época que nos encontrávamos nomeando nossos primeiros
candidatos ao presbitério. Mesmo que eu não seja o pastor, a igreja me
considerou presbítero na prática e me encarregou com os deveres de
nomear nossos primeiros candidatos, para então serem confirmados ou
negados pelo voto congregacional. Eu comecei o processo pedindo à igreja
que me enviasse recomendações para consideração. Eu queria saber quem
eles estavam inspecionando como presbíteros em potencial. Eu não deveria
ter ficado surpreso pelo que recebi, mas fiquei.
Nos últimos anos, nossa igreja desfrutou
de bom ensino de devocionais de quinze minutos aos domingos à noite
feito por cerca de uma dúzia de homens. E eu esperei uma distribuição
equilibrada bastante justa desses homens que foram dotados para ensinar.
Um número de homens apurou uma ou duas nomeações. Mas o que encontrei
no meio das recomendações dadas para mim, com uma quase universal
clareza, foi que três nomes em particular – os três homens que deram não
somente breves devocionais nos domingos à noite, mas que compartilharam
a responsabilidade de sermões matutinos dominicais devido a nossa
carência de um pastor. A igreja achou a pregação desses três homens
particularmente encorajadoras.
Em resumo, aprendi que concentrações de
oportunidades de ensino (assumindo que um indivíduo ensine bem) irá
aumentar a habilidade da igreja de reconhecer seus presbíteros. Conforme
consideramos recomendar novos presbíteros, nós intencionalmente
organizamos mais oportunidades de ensino para indivíduos a serem
considerados para a nomeação. Dessa forma, nós – e a igreja – podemos
discernir o chamado deles entre nós.
Bruce Keisling, bibliotecário chefe
da Boyce Centennial Library no Southern Baptist Theological Seminary, é
presbítero na Third Avenue Baptist Church em Louisville, Kentucky
Philip Pedley
Uma liderança plural no corpo local de Cristo é tão bela quanto pode ser rara. Em 2002-2003, Deus agradou-se em liderar a First Baptist Church of Grand Cayman
passo a passo a um entendimento sobre presbitério, e a igreja apontou
seus primeiros presbíteros em fevereiro de 2004. Apesar de nós termos
enfrentado por vários desafios pelos três anos que se passaram, esses
trouxeram a nós a sabedoria e a força da liderança plural. Semana a
semana, descobrimos que princípios como submissão mútua e combinação de
dons espirituais entre o presbitério plural são o plano de Deus para o
maravilhoso projeto de pastorear o rebanho.
A principal lição que eu tiraria da
nossa experiência é essa: convicção sobre o presbitério deve estar
enraizada na Escritura e não vista como uma opção pragmática selecionada
a partir de um menu de modelos de liderança. Provavelmente, o maior
perigo para o presbitério bíblico, em minha experiência, é a crença
bastante difundida que o pastor, ou pastor titular, deveria ser o CEO de
uma igreja local. Podemos chamar isso de o “modelo de negócios” de
liderança eclesiástica. Porque é o modelo dominante em nossas vidas
profissionais, ele imprime uma poderosa influência na igreja ocidental.
No lugar de tais perspectivas humanas,
ponderamos refrescar as palavras de Cristo sobre uma liderança mundana:
“Não deve ser achado entre vós”. Temos aprendido o quão importante é
imergir a nós mesmos no que a Escritura ensina sobre liderança plural e
sermos vigilantes acerca das formas que o padrão bíblico pode ser
sutilmente erodido. Por exemplo, membros não comprometidos completamente
com o presbitério podem ainda ser seduzidos pelo canto da sereia da
liderança singular, visando atrações ilusórias de poderosos
pregadores-pastores em volta deles e almejando como o Israel antigo “seu
próprio rei”. Novos presbíteros ou pastores, apesar de enraizados em
uma liderança plural, podem precisar de ajustes à forma que um princípio
como submissão mútua, que tem ampla aplicação em diversas culturas,
deve encontrar expressão local no meio de um grupo particular de
presbíteros. Sabemos que à frente de nós estão os perigos de estabelecer
o presbitério: o risco que a pluralidade pode relaxar sua supervisão e
decair em graus a um clube confortável no qual, de fato, abdica a
liderança para um pastor CEO.
“Atendei por vós”, diz Paulo “e por todo
o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos” (Atos
20.28). Essa advertência, dada especialmente para os presbíteros de
Éfeso, é parte do mais longo discurso para qualquer audiência cristã em
todo o livro de Atos. Presbitério é importante. Os presbíteros de Éfeso
sabiam que o padrão divino da liderança plural tinha sido estabelecido
na primeira viagem missionária de Paulo (Atos 14.23), expandido na sua
segunda viagem (Atos 16.12-40; Filipenses 1.1) e agora aprofundada na
terceira. Timóteo quase certamente testemunhou esse discurso comovente e
de despedida. Podemos imagina-lo, anos depois, tecendo essas lições em
sua própria pregação depois de ler as instruções bem conhecidas de Paulo
para os presbíteros e os diáconos em Timóteo 3.1-15. Esta é uma cena
que nos lembra que o verdadeiro padrão da liderança eclesiástica efetiva
repousa nas Escrituras somente, não em modelos extrabíblicos, qualquer
que seja o apelo.
Philip Pedley, conselheiro principal
de políticas para o conselho do serviço civil nas Ilhas Cayman, é
presbítero na First Baptist Church of Grand Cayman.
Sir Fred Catherwood
A carta de Paulo a Timóteo se concentra
na qualidade inerente necessária aos presbíteros que, na urgência das
novas igrejas, não possuíam nenhum treinamento formal que a igreja de
hoje tem tempo para dar. Porém, nas igrejas de hoje, essas qualidades
herdadas ainda importam. Presbíteros ainda precisam ser piedosos,
pacientes, maridos de uma mulher, bons pais e mergulhados na palavra de
Deus. Nenhuma quantidade de treinamento pode preencher as lacunas nessas
áreas.
Qualquer igreja é cheia de pessoas com
problemas, e o ministro não pode atender a todas. Os presbíteros estão
lá para cercar e ajudar o ministro. Há muito estresse no ministério e
nem todo ministro é forte o suficiente para assumir tudo. Ministros
precisam de homens que possam falar abertamente que não abusarão dessa
intimidade. Podemos não ter mulheres nesse cargo, mas devemos ter
esposas de presbíteros. Entre marido e mulher, presbíteros são aptos
para atender a todos os que são ansiosos, incertos ou somente evidentes
ignorantes, e aptos a falar sobre seus problemas.
Pode ser mais fácil para membros de
igrejas trazer um amigo não-cristão para um presbítero do que para o
ministro, então ajuda se o presbítero tiver alguma experiência de
evangelismo pessoal.
Acima de tudo, presbíteros, suas esposas e suas famílias deveriam ser modelos para a igreja.
Sir Fred Catherwood é um autor e político britânico. Seu livro mais recente é The Creation of Wealth: Recovering a Christian Understanding of Money, Work, and Ethics (Crossway, 2002).
Thomas R. Schreiner
Primeiro, nós nos fundimos com uma
igreja a muito tempo estabelecida alguns anos atrás. Essa igreja tinha
um número de homens que eram amigáveis e legais, mas eram ou
doutrinariamente inocentes ou tinham perspectivas contrárias ao que
consideramos essencial para qualquer que estivesse servindo como
presbítero. Se tivéssemos nomeado um ou mais desses homens para serem
presbíteros, alguns dos membros antigos da congregação estariam
satisfeitos. Mas teríamos sobrecarregados a nós mesmos com sérios
problemas no futuro, porque teríamos sacrificado a harmonia de doutrina e
visão.
Segundo, temos enfrentado situações onde
homens foram “quase” qualificados para servir como presbíteros, mas
eles careciam de pelo menos uma qualificação importante para servir
conosco. Novamente, foi tentador inclui-los porque eles estavam
envolvidos na igreja e sentimentos foram feridos quando não foram
nomeados. Ainda assim, a sabedoria de negar-se em aponta-los tornou-se
evidente quanto mais as situações que teriam tornado mais difícil para
eles servirem conosco surgiam na vida deles.
Terceiro, também é tentador apontar
alguém que é teologicamente brilhante e concorda com a posição
doutrinária da igreja. Mas precisamos nos lembrar que Paulo ressalta
especialmente qualificações características para presbíteros (1Timóteo
3.1-7; Tito 1.5-9). Precisamos de presbíteros que são teologicamente
fiéis e que vivem o evangelho em suas vidas diárias. Não devemos
sacrificar o último porque o primeiro está presente, porque as palavras
dos presbíteros devem estar de acordo com a vida piedosa.
Thomas Schreiner, professor de Novo
Testamento no The Southern Baptist Theological Seminary e o autor de
vários livros, é o pastor de pregação na Clifton Baptist Church em
Louisville, Kentucky.
Alexander Strauch
Pare de pensar a curto prazo. Como um
pastor de ovelhas, pense e planeje a longo prazo. Procure por jovens
homens em sua adolescência ou 20 e poucos anos que mostram interesse
espiritual e potencial. Eles são seus futuros líderes. Deus os colocou
sob seu cuidado para molda-los. Não falhe com eles!
Comece dando a eles livros que mudam a vida para que leiam, tais como Uma Palavra aos Moços,
de J. C Ryle. Quando eu tinha quinze anos, o diretor de organização do
campus que eu comparecia pôs uma biografia do Hudson Taylor em minhas
mãos. Hudson Taylor mesmo era um adolescente quando se preparava para
missões. Nunca mais fui o mesmo depois de ler a inspiradora história da
sua vida e a fundação da China Inland Mission. Livros mudam vidas. Vi
acontecer várias vezes.
Também, faça uso de muitos excelentes
sermões de pregadores renomados da Palavra que estão disponíveis para
inspirar jovens líderes. Desafie suas mentes antes que o mundo o faça.
Comece com pregação expositiva na magistral carta de Paulo aos Romanos.
Diga-lhes para dominar Romanos. No processo, Romanos os dominará. E é
isso que você quer.
Outra forma de influenciar futuros
líderes é falando com eles ou os enviando para conferências bíblicas. E
manda-los ou falar com eles sobre viagens missionárias de curto prazo é
uma excelente forma de ampliar a perspectiva e expandir o pensamento
deles.
Dado que líderes em potencial aumentam
gradualmente a responsabilidade no serviço, na liderança e no ensino,
estrategicamente, abra portas para um ministério para eles na igreja.
Esse é o melhor campo de treinamento. Monitore o serviço deles.
Comunique-se com eles regularmente sobre como eles estão indo. E
convide-os por um período específico de tempo para visitar suas reuniões
de presbíteros. Esse é outro significante campo de treinamento. Molde a
visão deles de que pastorear o rebanho comprado pelo sangue de Cristo, a
igreja, é verdadeiramente um trabalho a ser executado. É o mais alto
chamado e privilégio cuidar do povo de Deus.
Parte da responsabilidade da supervisão
pastoral é ver que existirão pastores qualificados para liderar e
ensinar o rebanho no futuro. É nosso trabalho tomar a iniciativa nesse
assunto, para alcançar os pastores jovens e em potencial, de ser
proativos e não reativos, de ter interesse em suas vidas e futuro, de
gastar tempo com eles, direciona-los e adverti-los dos muitos perigos
que jovens enfrentam (1Timóteo 4.16; 2Timóteo 2.2, 15, 22).
Continuamente, ter em mente que você é um exemplo para eles e
encoraja-los em seu crescimento espiritual. Você tem poder para
influenciar indivíduos-chave para Deus e o futuro da sua igreja. Use
essa influência ou você irá perde-la.
Lembro-me de assistir o Dr. Vermon
Grounds, chanceler do Denver Seminary, descer ao corredor principal do
seminário ao mesmo tempo que dois jovens estudantes estavam caminhando
em direção a ele. Quando eles estavam prestes a passar, ele os alcançou
com ambos os braços e colocou suas mãos nos ombros de cada um,
parando-os em seu percurso. Olhando com autoridade para eles, como se
Deus estivesse falando, ele disse, “Logo a igreja de Jesus Cristo estará
sobre seus ombros, estejam preparados”. Ele então continuou seu
caminho, deixando-os sem palavras. Tenho certeza que eles nunca
esqueceram a chocante exortação celeste do Dr. Grounds. Talvez você
também deva enviar alguns raios aos jovens da sua igreja.
Alexander Strauch, que ensinou
filosofia e literatura do Novo Testamente no Colorado Christian
University, é um presbítero na Littleton Bible Chapel próxima a Denver,
Colorado. Ele também é o autor de Biblical Eldership: An Urgent Call to Restore Biblical Church Leaderhip. Acesse lewisandroth.org para ver mais recursos sobre preparo de presbíteros, inculindo guias de estudos sobre esse livro.
Revisão: Yago Martins
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.
Conteúdos Relacionados
A definição bíblica do que é um presbítero Artigo
http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/976/Como_selecionar_presbiteros
Nenhum comentário:
Postar um comentário