Matt Schmucker 16 de Agosto de 2016 - Práticas da Igreja
Enquanto eu crescia, sempre ouvi que
era melhor ser acusado de um pecado de omissão do que de comissão. Dessa
forma, você sempre poderia granjear seu pecado para esquecimento,
ignorância ou falta de consideração. O pecado de comissão era o que
havia de pior desde que surgisse como deliberado e calculado.
Ausência: somente um pecado de omissão?
Temo que muitos cristãos pensam que não
comparecer à igreja regularmente é um pecado de omissão. Se é que é
pecado mesmo, seria um pequeno. Não é muita coisa. “Não traga esse
legalismo para cá!”. Aparentemente, isso é o que muitos pastores,
presbíteros, diáconos e muitas congregações pensam, uma vez que eles
pouco têm feito para corresponder o espantoso número de ausentes.
Por exemplo, em minha denominação, a
Southern Baptist Convention [Convenção Batista do Sul], somente um terço
da membresia formal de quase 40 mil igrejas nos EUA de fato estão
presentes todo domingo. Isso significa que cerca de dez milhões dos que
são chamados cristãos, são na verdade ausentes.
Nem todos os ausentes são iguais
Uma vez que nem todos os ausentes são
iguais, igrejas deveriam tratar os diferentes tipos de ausentes de forma
diferente. Aqui estão quatro tipos diferentes:
- Aqueles que vivem na área e são inaptos para comparecer: Idade ou saúde os impedem. Tais membros senis, ou com sofrimentos físicos, deveriam ser tratados com cuidado especial. Esse artigo não é sobre eles.
- Aqueles que vivem (temporariamente) fora da área e são inaptos para comparecer: transferências militares ou de negócios os impedem. Tais ausentes (temporários) deveriam também ser cuidados com cuidado especial, uma vez que suas viagens à trabalho apresentam feridas únicas neles e em suas famílias. Esse artigo não é sobre eles.
- Aqueles que vivem fora da área e escolhem a membresia na sua igreja local: a distância os impede. Tais ausentes deveriam ser encorajados ao aderir a uma igreja que eles possam comparecer. Esse artigo é sobre eles.
- Aqueles que vivem na área e comparecem esporádica e inconstantemente: Nada realmente os impede, exceto sua própria escolha. Esse artigo é especialmente sobre eles.
Porque os ausentes são tóxicos
Esses últimos dois tipos de ausentes têm
um efeito tóxico numa igreja local, porque apresentam a membresia no
corpo de Cristo de forma insignificante.
Em 1Coríntios 12, o apóstolo Paulo fala sobre o corpo e suas partes como uma metáfora para a igreja:
“Porque, assim como o corpo é um e tem
muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só
corpo, assim também com respeito a Cristo (1Coríntios 12:12). ”
“Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo (1Coríntios 12:27).”
Quando tiro o pêndulo do relógio do meu
avô, ele ainda pode fazer algumas coisas, como abrir tampas de latas de
tinta. Porém, isso é um mau uso do pêndulo. O pêndulo (uma parte) foi
designado para caber dentro do relógio, juntando-se às outras partes e
fornecendo o peso para colocar em movimento as engrenagens, que giram os
ponteiros que nos dizem as horas. É assim que cristãos devem funcionar
dentro do corpo de Cristo. Um cristão que se separa de um corpo local de
cristãos é como um pêndulo abrindo uma lata de tinta, não um pêndulo
que faz um relógio funcionar.
Porém, os ausentes não meramente
machucam a si mesmos. Na verdade, eles têm um efeito tóxico na igreja
local a qual pertencem nominalmente. Entendo que os ausentes têm 4
formas de serem tóxicos.
O efeitos tóxicos dos ausentes
1. Eles fazem o evangelismo ser mais difícil
Primeiro, ausentes fazem o evangelismo
ser mais difícil. Sua igreja é chamada para ser um posto avançado do
reino de Deus em sua comunidade, uma pequena, mas significante
demonstração da glória de Deus na medida que vocês amam uns aos outros e
amadurecem em Cristo. Portanto, todos os que carregam o nome de Cristo,
como afirmado pela sua igreja, mas que de bom grado escolhe viver sua
vida afastado da comunidade da aliança de crentes, está praticando usurpação de identidade. Eles estão tomando o nome de Cristo, mas não se identificam honestamente com seu corpo, a igreja local.
Tomando emprestada a metáfora de
Jonathan Leeman, eles vestem a camisa do seu time, mas não praticam com
ele ou competem por ele. Isso confunde seu testemunho para a comunidade
descrente em volta. Não-cristãos veem sua camisa em uma pessoa que
parece estar jogando para o outro time. É como um homem que veste uma
camisa do Palmeiras, mas torce para o Fortaleza, vai aos jogos do
Fortaleza, fala sobre o vermelho, azul e branco, e sonha em ir para o
Ceará algum dia. É inconsistente, confuso e enganoso. Voltando para uma
linguagem mais bíblica, cristãos têm sido adotados no corpo de
Cristo. Ausentes agem como órfãos. Isso faz tudo ser mais difícil para a
vida corporativa da igreja em carregar o testemunho do evangelho.
2. Eles confundem os recém-convertidos
Segundo, ausentes confundem os
recém-convertidos. Recém-convertidos são geralmente uma bagunça. Tudo
que pensavam está de cabeça para baixo. Há uma grande confusão nas
primeiras semanas, meses e até mesmo anos na vida de um
recém-convertido. Eles precisam ser bem ensinados.
Porém, não somente isso, mas eles
precisam de bons modelos. Quando a doutrina em que são ensinados não
sincroniza com os modelos que veem, eles ficam confusos. Ausentes não
são somente testemunhas reversas, são modelos reversos. Eles
desrespeitam e desobedecem várias passagens das Escrituras e falham no
caráter da imagem de Deus em quase todo aspecto básico, mesmo que
aleguem ser filhos adotados.
Em sua arrogância, os ausentes estão
efetivamente dizendo aos recém-convertidos: “Todas essas coisas que você
está lendo na Bíblia não são realmente necessárias. Você pode viver sem
o encorajamento de outros. Você pode viver sem sacrificar a si mesmo
para servir e amar outros cristãos. Você pode viver sem ensinar ou
pregar. Você pode viver sem pastores”.
3. Eles desencorajam os que são presentes regularmente
Terceiro, ausentes desencorajam os que
são presentes regularmente. Os que são presentes regularmente se
sacrificam para manter sua aliança com a igreja local. Eles dão seu
dinheiro e tempo para suprir as necessidades dos outros membros do
corpo, o que não é, no mínimo, fácil. Os ausentes não fazem essas
coisas, pelo menos não com regularidade. Então, quando uma igreja
permite que os ausentes permaneçam como membros, o significado de
membresia é cortado, o que fere e desencoraja os fiéis.
Além do mais, os ausentes roubam da
igreja sua necessidade de serviço, o que também tende a desencorajar
mais fiéis presentes. Com certeza, uma igreja de 100 membros, onde todos
os que estão trabalhando para a glória de Deus com os dons que Deus tem
dado a eles, é exponencialmente mais forte que uma igreja com 35
presentes e 65 ausentes. Os ausentes, involuntariamente, deslocam todo o
fardo para uns poucos, um fardo que aqueles poucos não deveriam estar
carregando sozinhos.
4. Eles preocupam seus líderes
Quarto, ausentes preocupam seus líderes. Hebreus 13.17 diz: “Obedecei
aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa
alma, como quem deve prestar contas”. À luz desse versículo, um pastor
fiel, ou um presbítero, deveria se sentir responsável pelo estado
espiritual de cada membro do seu rebanho. Como um pai preocupado com seu
filho não ter chegado em casa tarde da noite, um bom pastor não
descansa até que todas suas ovelhas estejam contadas. Os ausentes fazem
essa tarefa ser quase impossível.
Enquanto o tempo e a coragem são
necessários para tratar o problema dos ausentes, cada pastor ou
presbítero deveria sentir um fardo de remover esses ausentes e curar os
efeitos tóxicos que eles têm no evangelismo, nos recém-convertidos, nos
fiéis presentes e nos pastores da igreja. O pagamento? Conforme a
membresia da igreja, cada vez mais, consiste somente naqueles que
fielmente estão presentes e contribuindo para a vida do corpo, a igreja
começa a lembrar o propósito que Deus quis para o corpo: uma
demonstração da sua sabedoria que carrega o Cabeça da Igreja, Jesus
Cristo.
Revisão: Yago Martins
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.
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