
Guy Richard 13 de Julho de 2016 - Vida da Igreja
Porque a fé ordinariamente vem pelo
ouvir as boas novas (Romanos 10.17), você e eu precisamos estar sempre
prontos para dar uma resposta a todos que nos perguntarem “O que eu devo
fazer para ser salvo?”. Mas nós também precisamos estar prontos para
compartilhar essa resposta com outros, mesmo quando eles não a peçam
diretamente. Essa resposta precisa estar no coração da mensagem que nós
comunicamos aos outros, porque é o meio que Deus geralmente usa para
trazê-los à fé em Cristo.
Talvez não haja resposta mais clara à
pergunta “O que devemos fazer para sermos salvos?” do que aquela que o
Apóstolo Paulo providencia em Romanos 10.8-13:
“Porém que [a justiça baseada na fé]
se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto
é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus
como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a
boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo
aquele que nele crê não será confundido. Pois não há distinção entre
judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com
todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo”.
Aqui, Paulo diz que a nossa salvação, na
realidade, não é uma questão de fazer alguma coisa – como se
estivéssemos sob a lei (v. 5); ao invés disso, nossa salvação é uma
questão de crer. E que “palavra” gloriosa é essa. Deus trouxe o caminho
da salvação para “perto” de nós (v. 8). Ele o facilitou, pode-se dizer, e
não o tornou algo que somente o mais forte, o mais apto ou o mais
inteligente entre nós pudesse alcançar. Não há iniciação para encarar,
nem teste de QI para passar, nem temos de pular por entre argolas, nem
há testes de aptidão física para dominar. Não depende de quem
conhecemos, ou de onde nascemos, ou de quanto dinheiro tenhamos. Deus
trouxe o caminho da salvação perto de todos, não para amarrá-lo a algo
que nós tenhamos que fazer, mas para torná-lo disponível àqueles que
simplesmente crerem.
Mas o que significa crer? De acordo com
Romanos 10.9-10, significa, em primeiro lugar, que nós devemos saber e
afirmar certas verdades importantes, a saber, que “Jesus é Senhor” e que
“Deus o ressuscitou dentre os mortos”. Em outras palavras, precisa
haver um conteúdo básico para a nossa fé. Nós devemos crer que Jesus é
ninguém menos do que o Senhor da glória e que ele morreu e ressuscitou. A
ressurreição é central para a nossa defesa da fé. É uma declaração ao
mundo que ele realmente é o Filho de Deus em poder (Romanos 1.4) e uma
confirmação de que o sacrifício dele pelos nossos pecados realmente foi
aceito por Deus para a nossa justificação (Romanos 4.25).
Mas para Paulo, crer é mais do que
simplesmente reconhecer algumas verdades importantes. Isso
necessariamente envolve o coração. Até os demônios creem nos fatos sobre
Deus (Tiago 2.19). Mas eles odeiam esses fatos, assim como odeiam ao
próprio Deus. Eles não creem em seus corações, mas apenas com as suas
mentes. Paulo diz que a fé crê tanto com a mente quanto com o coração.
Ele crê e coloca sua esperança nas coisas que sabe sobre Deus, assim
como crê e coloca sua esperança no próprio Deus.
Romanos 10.9-10 vai ainda mais longe,
adicionando um terceiro componente ao crer: nós também precisamos
“confessar com a [nossa] boca”. A razão disso é que crer e confessar
precisam caminhar juntos. Nós devemos confessar “Jesus é Senhor” com
nossas bocas precisamente porque nós devemos crer nele e nas promessas
dele com nossos corações (veja Mateus 12.33-34). A fé verdadeira sempre
se reflete em nosso falar e ações, embora imperfeitamente. Se a nossa fé
nunca se manifesta em nosso falar e na vida, então não é uma fé real.
Não é crer no coração.
Isso quer dizer que a fé genuína se
submeterá alegremente ao senhorio de Jesus. Ela irá crer nele e confiar
na palavra dele. Isso também quer dizer que a fé irá necessariamente
levar ao arrependimento. Ela não irá persistir numa atitude de desafio e
rebelião contra o Senhor, mas irá reconhecê-lo como Senhor em todas as
áreas da vida. E irá carregar o fruto do amor por Cristo e pelo povo
dele. A coisa mais gloriosa, de longe, nessa passagem, entretanto, é a
promessa que Paulo nos oferece. Ele promete que se crermos em Jesus da
maneira acima mencionada, nós “seremos salvos”. Independentemente de
quem nós somos ou do que fizemos – lembre-se, o próprio Paulo foi um
assassino, um blasfemador e um perseguidor de cristãos (Atos 7.58-8.3;
1Timóteo 1.13) – nós seremos salvos da culpa e da condenação que os
nossos pecados trouxeram sobre nós (nós “não seremos envergonhados”).
Nós seremos salvos para as gloriosas “riquezas” de Deus, de graça
outorgadas a “todos aqueles que invocarem” Jesus como o Senhor e
Salvador deles. Ele – e somente ele – é o “Senhor de tudo”. Não há
nenhum outro nome abaixo dos céus pelo qual alguém possa ser salvo.
Tradução: João Pedro Cavani
Revisão: Yago Martins
Original: Salvation
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