Nós precisamos estar preparados para “viver lá”
Se nós realmente queremos causar um impacto por Cristo nas muitas periferias que existem em nossa nação, então devemos estar preparados para nos mudarmos para estas áreas. Esta é a regra de ouro. Não existem exceções para nossos líderes. O ministério vai falhar desgraçadamente, particularmente se o(s) líder(es) não for(em) parte comunidade logo em seu início. Eu herdei uma igreja para revitalização, então meus presbíteros não haviam se mudado (ainda), mas o desafio já havia sido entregue a eles. Além disso, eu tenho (no momento) dois policiais em minha congregação e seria mais do que uma tolice fazer com que eles se mudassem para dentro da periferia, pois suas casas se tornariam alvos. Mesmo se eles não se importassem com isso, não seria justo com suas jovens famílias serem deixadas em casa à noite sozinhas enquanto eles estão de plantão. Uma dessas famílias se comprometeu a se mudar para o mais perto possível, no limite do que for seguro, mas a regra continua valendo, à medida do possível.
Eu já fui criticado no passado por usar o termo “deve” quando se trata deste assunto, mas mantenho minha convicção. Eu concordo que “deve” é uma palavra forte. Normalmente, eu a suavizaria com a expressão “em minha opinião”, em assuntos como este. Se pedido para provar meu ponto biblicamente, eu acho que a reação imediata seria correr para a doutrina da encarnação como uma “doutrina prova”, especialmente em nível mais amplo. A linha de raciocínio comum de “Deus se fez carne e habitou entre nós”. A lógica seria de que a encarnação dele nos dá um modelo para um ministério “encarnacional”. Sem dúvida, nós somos um povo enviado (Mateus 28), mas eu tenho reservas sobre usar a encarnação desta maneira.
Para mim, simplesmente, é uma grande tarefa não criar identificação e contextualizar as boas novas a não ser que estejamos preparados para uma “imersão total” (não é de batismo que eu estou falando). Em Atos 20, quando Paulo estava se despedindo dos presbíteros de Éfeso, ele fez isso os lembrando no verso 18 de como ele não só proclamou a Palavra a eles, mas os lembrou de “como foi que me conduzi entre vós” (v. 18). Admito que não há imperativos diretos aqui de “deve-se viver na periferia”, mas mesmo este olhar superficial sobre alguns textos me apontam para minha posição defendida na primeira frase.
Um dos maiores benefícios de viver na comunidade é que logo você começa a ver, experimentar e aprender quais são as maiores necessidades da área. Isto quer dizer que você não é apenas simpático às necessidades locais, mas que você tem total consciência delas porque elas também afetam você. Isto nos impede de nos tornarmos ilhados e procurarmos apenas o que é melhor para nossas vidas e nossas famílias. Esta prática nos dá um coração envolvido com a comunidade, muito mais do que se somente nos deslocarmos para lá nos fins de semanas para um culto e talvez uma reunião no meio da semana. Rob Lupton identificou três tipos de pessoas que se mudam para periferias:
1. Realocados – Estas são pessoas que não nasceram na região, mas se mudaram para a vizinhança.
2. Regressantes – Estas são as pessoas que foram criadas na região, mudaram por um tempo (normalmente procurando uma vida melhor) e escolheram voltar para a comunidade da sua infância porque não se sentem mais aprisionados pelas pressões sociológicas.
3. Remanescentes – Estes são os que entendem os problemas associados com viver naquela região, mas, apesar deles, escolheram ficar a fim de trabalhar para revitalizar a comunidade.
É senso comum que não começamos a nos importar em encontrar soluções reais para os problemas até que eles se tornem nossos problemas. Mudar-se para uma periferia logo nos dá uma visão dos problemas e preocupações, e nos leva a pensar na melhor maneira de tentar resolvê-los. É interessante notar em minha igreja como a linguagem é diferente entre os membros que moram fora de Niddrie e aqueles que moram na comunidade. Os que moram lá usam palavras como “nós” e “nossos”, enquanto aqueles que moram fora mais comumente dizem “deles” e “eles”.
Qualquer pessoa que estiver pensando em começar a plantação de uma igreja numa periferia precisa desistir agora se seu primeiro pensamento é não se mudar para a região. As chances de desenvolver relacionamentos profundos, construir uma comunidade que dê testemunho e ver o evangelho crescer aumentam consideravelmente se vivemos na periferia. Isso é tão simples que nem precisava ser dito, mas mesmo assim a maior parte do trabalho cristão em muitas periferias que conheço é feito por organizações para-eclesiásticas sem nenhuma base na comunidade que os conecte com um corpo local e vivo de crentes.
Embora não queira diminuir o trabalho que muitos dos meus membros fazem, é justo dizer que 100% do trabalho relacional no qual estamos envolvidos está diretamente ligado àqueles membros que moram na periferia. A frequência no domingo é sempre ajudada quando as pessoas da localidade podem entrar no templo e ser cumprimentadas por pessoas que elas já conhecem. Faz uma diferença enorme quando podemos andar pelas ruas da periferia e as pessoas nos conhecem pessoalmente ou, através dos seus amigos, sabem que somos “da missão”.
Por favor, ore por nós enquanto encorajamos mais membros a se mudarem para a periferia, e enquanto trabalhamos com as pessoas locais, ore para que Deus salve mais deles e que eles atraiam amigos/vizinhos/familiares para a comunidade de fé neste lugar. Por favor, orem pelo 20schemes à medida que buscamos desenvolver este modelo enquanto recrutamos plantadores de igreja, trabalhadoras para o trabalho de alcançar mulheres e aprendizes de ministério para as periferias necessitadas da Escócia.
Tradução: Fabio Luciano
Revisão: Yago Martins
Se nós realmente queremos causar um impacto por Cristo nas muitas periferias que existem em nossa nação, então devemos estar preparados para nos mudarmos para estas áreas. Esta é a regra de ouro. Não existem exceções para nossos líderes. O ministério vai falhar desgraçadamente, particularmente se o(s) líder(es) não for(em) parte comunidade logo em seu início. Eu herdei uma igreja para revitalização, então meus presbíteros não haviam se mudado (ainda), mas o desafio já havia sido entregue a eles. Além disso, eu tenho (no momento) dois policiais em minha congregação e seria mais do que uma tolice fazer com que eles se mudassem para dentro da periferia, pois suas casas se tornariam alvos. Mesmo se eles não se importassem com isso, não seria justo com suas jovens famílias serem deixadas em casa à noite sozinhas enquanto eles estão de plantão. Uma dessas famílias se comprometeu a se mudar para o mais perto possível, no limite do que for seguro, mas a regra continua valendo, à medida do possível.
Eu já fui criticado no passado por usar o termo “deve” quando se trata deste assunto, mas mantenho minha convicção. Eu concordo que “deve” é uma palavra forte. Normalmente, eu a suavizaria com a expressão “em minha opinião”, em assuntos como este. Se pedido para provar meu ponto biblicamente, eu acho que a reação imediata seria correr para a doutrina da encarnação como uma “doutrina prova”, especialmente em nível mais amplo. A linha de raciocínio comum de “Deus se fez carne e habitou entre nós”. A lógica seria de que a encarnação dele nos dá um modelo para um ministério “encarnacional”. Sem dúvida, nós somos um povo enviado (Mateus 28), mas eu tenho reservas sobre usar a encarnação desta maneira.
Para mim, simplesmente, é uma grande tarefa não criar identificação e contextualizar as boas novas a não ser que estejamos preparados para uma “imersão total” (não é de batismo que eu estou falando). Em Atos 20, quando Paulo estava se despedindo dos presbíteros de Éfeso, ele fez isso os lembrando no verso 18 de como ele não só proclamou a Palavra a eles, mas os lembrou de “como foi que me conduzi entre vós” (v. 18). Admito que não há imperativos diretos aqui de “deve-se viver na periferia”, mas mesmo este olhar superficial sobre alguns textos me apontam para minha posição defendida na primeira frase.
Um dos maiores benefícios de viver na comunidade é que logo você começa a ver, experimentar e aprender quais são as maiores necessidades da área. Isto quer dizer que você não é apenas simpático às necessidades locais, mas que você tem total consciência delas porque elas também afetam você. Isto nos impede de nos tornarmos ilhados e procurarmos apenas o que é melhor para nossas vidas e nossas famílias. Esta prática nos dá um coração envolvido com a comunidade, muito mais do que se somente nos deslocarmos para lá nos fins de semanas para um culto e talvez uma reunião no meio da semana. Rob Lupton identificou três tipos de pessoas que se mudam para periferias:
1. Realocados – Estas são pessoas que não nasceram na região, mas se mudaram para a vizinhança.
2. Regressantes – Estas são as pessoas que foram criadas na região, mudaram por um tempo (normalmente procurando uma vida melhor) e escolheram voltar para a comunidade da sua infância porque não se sentem mais aprisionados pelas pressões sociológicas.
3. Remanescentes – Estes são os que entendem os problemas associados com viver naquela região, mas, apesar deles, escolheram ficar a fim de trabalhar para revitalizar a comunidade.
É senso comum que não começamos a nos importar em encontrar soluções reais para os problemas até que eles se tornem nossos problemas. Mudar-se para uma periferia logo nos dá uma visão dos problemas e preocupações, e nos leva a pensar na melhor maneira de tentar resolvê-los. É interessante notar em minha igreja como a linguagem é diferente entre os membros que moram fora de Niddrie e aqueles que moram na comunidade. Os que moram lá usam palavras como “nós” e “nossos”, enquanto aqueles que moram fora mais comumente dizem “deles” e “eles”.
Qualquer pessoa que estiver pensando em começar a plantação de uma igreja numa periferia precisa desistir agora se seu primeiro pensamento é não se mudar para a região. As chances de desenvolver relacionamentos profundos, construir uma comunidade que dê testemunho e ver o evangelho crescer aumentam consideravelmente se vivemos na periferia. Isso é tão simples que nem precisava ser dito, mas mesmo assim a maior parte do trabalho cristão em muitas periferias que conheço é feito por organizações para-eclesiásticas sem nenhuma base na comunidade que os conecte com um corpo local e vivo de crentes.
Embora não queira diminuir o trabalho que muitos dos meus membros fazem, é justo dizer que 100% do trabalho relacional no qual estamos envolvidos está diretamente ligado àqueles membros que moram na periferia. A frequência no domingo é sempre ajudada quando as pessoas da localidade podem entrar no templo e ser cumprimentadas por pessoas que elas já conhecem. Faz uma diferença enorme quando podemos andar pelas ruas da periferia e as pessoas nos conhecem pessoalmente ou, através dos seus amigos, sabem que somos “da missão”.
Por favor, ore por nós enquanto encorajamos mais membros a se mudarem para a periferia, e enquanto trabalhamos com as pessoas locais, ore para que Deus salve mais deles e que eles atraiam amigos/vizinhos/familiares para a comunidade de fé neste lugar. Por favor, orem pelo 20schemes à medida que buscamos desenvolver este modelo enquanto recrutamos plantadores de igreja, trabalhadoras para o trabalho de alcançar mulheres e aprendizes de ministério para as periferias necessitadas da Escócia.
Tradução: Fabio Luciano
Revisão: Yago Martins
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