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domingo, 3 de abril de 2016

As "romarias" evangélicas a Jerusalém


Outro dia eu escrevi sobre o neopentecostalismo brasileiro e a sua alma católica (leia aqui). Hoje, eu tratarei de um assunto que se tornou comum entre os evangélicos que são as "romarias" (1) feitas a cidade de Jerusalém.

Antes que eu seja apedrejado, vale a pena ressaltar que não condeno aqueles que viajam a Israel com o desejo de conhecer o país, além é claro de visitar os lugares históricos narrados e descritos pelas Escrituras.  Na verdade, eu bem sei que seminários, faculdades teológicas e até mesmo igrejas tem ido a Israel para conhecerem em loco, não somente a história, mas a geografia do país. A minha questão não é essa, nem tampouco o meu texto é dirigido a este grupo de pessoas. Muito pelo contrário, incentivo a todos aqueles que podem, a viajar a terra de Abraão, Isaque e Jacó ampliando assim seu conhecimento histórico das narrativas bíblicas. 

O texto em questão foi escrito para aqueles que tem feito de Israel um tipo de "Roma" evangélica, onde Deus de forma especial abençoa aqueles que visitam Jerusalém. 

Lamentavelmente, nessa perspectiva,  tenho visto pastores ensinando que todo crente precisa visitar a Israel, pois aqueles que o fazem recebem de Deus uma bênção especial, e que conhecer as Escrituras é bom, mas, conhecer os lugares bíblicos é muito melhor e etc. Junta-se a isso o fato de que assim como no Catolicismo da idade média, os que promovem tais romarias, agem comercializando "objetos sagrados" como "água do Rio Jordão, Azeite de Jerusalém, sal ungido proveniente do Mar Morto, e muito mais." Para piorar a situação, existem pastores que orientam aos "romeiros" a passarem novamente pelas águas do batismo, visto que batizar-se nas águas do Rio Jordão é incomparavelmente melhor do que ser batizado na igreja. 

Caro leitor,  as "romarias evangélicas" à Jerusalém apontam para o nível de apedeutismo da igreja brasileira, bem como a "catolização" dos evangélicos tupiniquins.  Em nome de uma fé sincretizada, miscigenada, bem como absorta em misticismo, muitos tem sido ludibriados por ensinos absolutamente anti-bíblicos e cristãos.

Ora, as Escrituras não nos incentivam ou até mesmo ensinam que todo cristão deve visitar Jerusalém na expectativa de ser abençoado. A Palavra de Deus não nos orienta a adquirirmos objetos ungidos e mágicos oriundos de Jerusalém na expectativa de milagres aconteçam. A Bíblia não ensina que aqueles que são batizados nas águas do Rio Jordão, são mais cheios do Espírito Santo do que aqueles que foram batizados em outro lugar qualquer. Muito pelo contrário, são chamados a vivermos por e pela fé e não por aquilo que vemos, sentimos ou apalpamos. 

Isto posto, chego a conclusão que mais do que nunca necessitamos voltar as ESCRITURAS. Calvino costumava dizer que o verdadeiro conhecimento de Deus está na Bíblia, e de que ela é o escudo que nos protege do erro, portanto, em tempos difíceis como o nosso onde o sincretismo se multiplica a olhos vistos precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra de fé, prática e comportamento.

Soli Deo Gloria,

Renato Vargens

(1) A palavra Romaria tem origem na peregrinação de fieis a Roma. A expressão traz a ideia de uma viagem a lugares santos e de devoção, empreendida por aqueles que desejam pagar promessas, rogar por graças ou revelar sua gratidão pelos desejos realizados. As pessoas normalmente se agrupam para realizar esta jornada e seguem a pé ou em veículos diferentes. No Nordeste do país é normal ver os romeiros utilizarem os paus-de-arara como meio de transporte.
 
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