John
Stonestreet
Mais
de cinquenta anos atrás, médicos nos EUA e Europa Ocidental prescreviam a droga
talidomida para suas pacientes para tratar, entre outros males, náusea e enjoo
matinal em mulheres grávidas.
No
final da década de 1950, começaram a aparecer registros de anormalidades em
crianças cujas mães haviam usado essa droga durante a gravidez. As
anormalidades mais conhecidas e dolorosas envolviam bebês que nasciam sem
braços e pernas.
O que
não é surpresa alguma é que em poucos anos, a droga foi removida do mercado, mas
o caso trágico da talidomida não terminou aí. Como o historiador Daniel K.
Williams nos diz em seu recente livro “Defenders of the Unborn” (Defensores dos
Bebês em Gestação), a tragédia da talidomida abriu a porta para o aborto
legalizado nos Estados Unidos.
Os
apoiadores de leis de aborto liberalizado aproveitaram a tragédia para
justificar a expansão da disponibilidade do aborto, que na época era em grande
parte limitado aos casos em que a vida da mãe estava em perigo. Eles
argumentaram que as mulheres que haviam tomado a talidomida deveriam ter o
direito de abortar seus bebês em gestação, ainda que não houvesse nenhum jeito
de saber se seus bebês haviam sido afetados pela droga.
O
argumento deles, como documenta Williams, era que o medo de dar à luz uma
criança deficiente era suficiente para justificar a expansão da disponibilidade
do aborto.
A
fotos trágicas de crianças sem pernas e braços, junto com alguns casos famosos,
influenciaram as assembleias legislativas americanas, inclusive a Califórnia,
em 1966. Em 1972, vinte estados dos EUA haviam legalizado o aborto em casos em
que a vida e a saúde física da mãe não estavam sob ameaça.
Cinquenta
anos mais tarde, numa parte diferente dos EUA, a história, se não está se
repetindo, está pelo menos parecendo rimar, como Mark Twain poderia ter dito.
Eric
Metaxas recentemente disse no programa BreakPoint sobre como a epidemia do Zika
na América Latina está sendo usada por promotores do aborto como arma contra a
proteção à vida dos bebês em gestação. A parte mais afiada dessa arma é o elo
presumido entre o Zika e a microcefalia, “uma ‘desordem neurodesenvolvimental’
caracterizada por tamanho da cabeça consideravelmente menor.”
Digo “presumido”
porque, como um recente artigo do jornal New York Times diz aos leitores, “o
elo entre a microcefalia em bebês e o Zika não foi comprovado.” Tudo o que
sabemos com certeza é que autoridades internacionais de saúde “suspeitam
fortemente” que haja um elo.
Um
exemplo dessa incerteza é a Colômbia. Embora se saiba que milhares de mulheres
colombianas grávidas contraíram o Zika, não existe caso confirmado de nenhuma
delas dando à luz filhos com microcefalia.
Conforme
disse o vice-ministro da Saúde da Colômbia ao New York Times, “Há muita coisa
que não sabemos sobre o [Zika]. O que sabemos é que há uma disparidade crescente
entre o que estamos vendo na Colômbia e a experiência no Brasil”
Apesar
dessa “disparidade crescente,” o New York Times e outros têm certeza de que
liberalizar as leis de aborto agora é o caminho certo. Isso ignora não só fatos
reais da epidemia do Zika, mas ignora também o fato mais importante de todos: a
humanidade dos bebês no útero.
Como
foi o caso cinquenta anos atrás, a ansiedade sobre a possibilidade de dar à luz
uma criança com deficiência é considerada como razão suficiente para matar o
bebê em gestação. A mensagem é clara: Qualquer coisa que seja menos que uma “criança
perfeita” é descartável. Na era dos testes genéticos pré-natal, as implicações
dessa mensagem são de dar calafrio.
E
conforme a história mostra, não vai parar aí. O Zika, como a talidomida, é
parte de uma arma cuja meta é o aborto por qualquer motivo. Cinquenta anos
atrás, uma tragédia levou a uma tragédia maior cujos efeitos ainda estão nos
EUA. Vamos orar para que a mesma coisa não aconteça de novo.
Talvez
seja o povo da América Latina que deveria construir uma muralha em sua
fronteira [para se proteger das más influências dos EUA].
Traduzido
por Julio Severo do original em inglês do ChristianHeadlines: Zika
and Abortion Part II: is History Repeating Itself?
Fonte:
www.juliosevero.com
Leitura
recomendada:
http://juliosevero.blogspot.com.br/2016/03/zika-e-aborto-historia-esta-se-repetindo.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+JulioSevero+%28Julio+Severo%29
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