Não existe pastor na Bíblia como muitas pessoas pensam!
Diferentemente da ideia de “santo” homem, um sacerdote especial, ou um “dono da igreja”, o pastor do NT é mais descrito como um técnico de equipe esportiva. É uma pessoa comum, que serve a Deus e à igreja. Sua função principal parece ser a descrita em Efésios 4.12: “a preparação dos santos para o ministério”. Essa descrição se distancia de uma mistificação encontradiça muitas vezes. Outra surpreendente constatação do NT é que não há praticamente menção à ideia de um chamado pastoral, tão enfatizado nos dias atuais.
O texto de 1Tm 3.1 enfatiza a decisão do indivíduo, e não um chamado particular: “Se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função”. De fato, o NT usa o termo “chamado” para todos os cristãos, enfatizando o pertencimento a Cristo e ao seu povo, para serem santos, servindo a Deus, como se lê em Rm 1.6,7 e 8.28; 1Co 1.2 e 24; e Ef 4.1 e 4. Há um nítido contraste entre a ênfase de quem quer servir por amor a Cristo e ao Evangelho e o clericalismo quase mistificado. Muitos dos pastores atuais sentem-se distanciados das pessoas comuns, membros de uma classe diferenciada, mas não é isso que é mostrado no NT.
Outro aspecto fundamental do pastorado da igreja primitiva é o tom voltado para o caráter e as virtudes do "bispo pastor presbítero". Em vez de concentrar a atenção em suas capacidades intelectuais, como fazem, notadamente, as igrejas históricas de hoje, ou em um potencial carismático, como é a prática dominante nas denominações pentecostais, o enfoque bíblico é na postura e no comportamento pastoral.
O texto de 1Tm 3, assim como o de Tt 1, é muito claro. Ali, as características enumeradas são a capacidade de ensino, o domínio próprio, o controle sobre a própria ira, o desapego ao dinheiro, a amabilidade, a fidelidade à doutrina e a vida irrepreensível. Além disso, o pastor deve ser amigo do bem, rejeitar o orgulho, mostrar justiça e uma vida consagrada.
Portanto, o pastor do NT é alguém comum, que representa a comunidade, tem a fidelidade do seu ensino como fonte de autoridade, e que deve servir, cuidar e exercer a liderança de modo compartilhado com os demais pastores.
Luiz Sayão
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